quinta-feira, 29 de junho de 2017

Festival Folclórico de Parintins


Cidade de Parintins

Parintins é um município do Amazonas, às margens do Rio Amazonas, próximo ao estado do Pará. Está distante 369 km de Manaus, equivalente a uma hora de voo e, de 8 a 12 horas de lanchas ou embarcações regionais.

Fundação: 15 de outubro de 1796;
Emancipação: 15 de outubro de 1852;
Unidade Federativa: Amazonas
Gentílico: Parintinense;
Padroeira: Nossa Senhora do Carmo;
Área: 5.952 km²;
Distância até a capital Manaus: 369 km
Elevação: 27 m;
Fuso Horário: UTC-4
População: 112.716 (estimativa populacional – IBGE/2016[5]);
Número de Aeroportos: 1;
Número de Portos: 1;
Universidades: UEA, IFAM, UFAM;

 

O Festival

 

O Festival Folclórico de Parintins surgiu em 1965. Uma das razões para a criação do festival era a necessidade de organizar e controlar as duas grandes torcidas que se confrontavam nas ruas da ilha de Parintins. Esses confrontos eram marcados pela violência e criar um “marco regulatório” para a brincadeira era uma urgência. Surge então na quadra da Juventude Alegre Católica (JAC), braço da igreja católica na Amazônia, o Festival Folclórico de Parintins. Apesar da intervenção da igreja em uma festa pagã, a rivalidade não cessou e os confrontos aconteciam logo após o resultado de quem era o vencedor de cada edição do evento. Assim, no final da década de 1980, a prefeitura entrou para organizar e por fim as hostilidades. Nesse período, inaugurara no Rio de Janeiro, o sambódromo. Não tardou para que Parintins inaugurasse sua versão para o complexo em formato de arena que até hoje abriga a festa: o bumbódromo. Desde então, a cidade se divide ao meio. Zona sul: Caprichoso. Zona norte: Garantido. Como regra, nenhuma das duas torcidas em passeata pode cruzar tais limites.


 

















A Evolução

O Festival Folclórico de Parintins acontece durante três noites. Sempre no último final de semana de junho. Cada boi tem 2h30 para realizar seu espetáculo por noite. A festa é um grande resumo do folclore brasileiro. No evento é possível encontrar lendas, rituais, figuras típicas, tribos e cordões de danças regionais. Tudo ao sabor das toadas, que é a trilha que embala os ensaios e as apresentações durantes as três noites de disputas. Esse enorme mosaico de expressões se deve à formação social dos povos da Amazônia. Muito dessa contribuição advém do nordeste brasileiro, cujo povo sofrido pela seca, viu no Amazonas e seu fausto período da borracha, o “Eldorado”. O norte brasileiro passou a ser o destino de milhares de nordestinos que consigo trouxeram a cultura dos folguedos juninos. Em Parintins, essas misturas resultaram num exótico universo que une o auto do boi, com Pai Francisco, Mãe Catirina, o Negro Gazumbá, a Lenda do Boto, Cobra Grande, Mapinguarí, Matinta Perêra e outras expressões do folclore popular. Apesar de rica, a festa parintinense começou a ganhar ares de grande espetáculo quando na década de 1970, o artista plástico Jair Mendes foi ao Rio de Janeiro para assistir o carnaval carioca. Do Rio, trouxe a ideia dos carros alegóricos, que em Parintins passaram a se chamar “alegorias”. Assim com o passar dos anos, as alegorias ganharam tamanho, grandeza e forma. Além disso, em meados de 1990, a genialidade parintinense fez com que os módulos e grandes esculturas, passassem a ter movimentos robóticos. Tal evolução levou as grandes escolas de São Paulo e Rio de Janeiro a contratar os talentos de Parintins. É Parintins devolvendo ao Rio, em forma de arte, a troca cultural emprestada na década de 1970.

“…é uma manifestação popular autêntica, pois busca a forma clássica, faz a releitura de uma das mais enraizadas formas de dança dramática popular que é o boi-bumbá, cujas raízes se perdem na aurora da civilização latina. É, também, um grande espetáculo de massas, que não recua diante da tecnologia ou daqueles que dizem que entre o povo nada pode mudar. O melhor de tudo é que o Festival Folclórico de Parintins faz anualmente a revisão orgulhosa do imaginário amazônico, seduzindo a todos os brasileiros e muitos estrangeiros. E se ainda conserva fragmentos de um mundo rústico em aparente processo irreversível de extinção, o que se vê é um espetáculo que clama a plenos pulmões a vontade de um povo. Trata-se de uma ousadia.” Márcio Souza, escritor.

 

Bumbódromo de Parintins



É o local onde ocorre o tradicional Festival Folclórico de Parintins. Localizado em Parintins, AM, o Centro Cultural Amazonino Mendes, mais conhecido como Bumbódromo, é um tipo de estádio com o formato de uma cabeça de boi estilizada, com capacidade para aproximadamente 35 mil espectadores divididos em camarotes, frisas, cadeiras especiais e arquibancada geral. Lado sul Caprichoso e lado norte Garantido. Como via de regra não se pode usar vermelho no setor azul e muito menos azul no setor vermelho, sob pena de entrar em coma involuntário.

Curiosidades

Até 2004 o Festival era realizado nos dias 28, 29 e 30 de junho, por determinação de uma lei municipal, de 2005 em diante a data mudou para o ultimo final de semana;
O Boi Garantido é o maior vencedor do Festival com 31 títulos. O Caprichoso possui 22 vitórias. No ano 2000 houve um empate entre ambos os bumbás.
O sorteio da ordem das apresentações é realizado na véspera do Festival;
A primeira edição do Festival a ser transmitido ao vivo foi em 1994, pela TV Amazonas, emissora da Rede Amazônica de Televisão, afiliada da Rede Globo. Atualmente o espetáculo está sendo transmitido pela TV Acrítica, emissora da Rede Calderaro de Comunicação, afiliada da Rede Record;
Um torcedor jamais fala o nome do outro Boi, e usa apenas a palavra “contrário” quando quer se referir ao opositor;
O Bumbódromo é o marco que divide Parintins ao meio, à oeste fica o reduto do Boi Garantido e seus torcedores, à leste o reduto do Boi Caprichoso e seus torcedores, assim como os Currais (quadra de ensaios) e os QGs (quartéis-generais, as oficinas de confecção de alegorias e fantasias dos grupos);
São proibidas vaias, palmas, gritos ou qualquer outra demonstração de expressão quando o “contrário” se apresenta;
A rivalidade entre os torcedores dos bois é tanta que todos os patrocinadores do Festival tomam suas cores em vermelho e azul em toda a ilha;
O Festival conta com patrocinadores de peso, que investem realmente “pesado” para associar sua imagem ao festival. A Coca-cola em 2017, celebra 23 anos de patrocínio;

Programe-se

O Festival Folclórico de Parintins é realizado anualmente, iniciando sempre na última sexta-feira do mês de Junho.

2017 – 30 de junho, 01 e 02 de julho
2018 – 29, 30 de junho e 01 de julho
2019 – 28,29 e 30 de junho
2020 – 26, 27 e 28 de junho




Transmissão preparada para levar ao mundo as emoções do Festival Folclórico

A transmissão pela TV A Crítica começa às 21h30 na sexta e às 20h no sábado e domingo. O sinal será retransmitido na íntegra pela TV Cultura.

Mesmo longe da ilha tupinambarana será possível acompanhar de perto todos os detalhes do  52º Festival Folclórico de Parintins. Com tecnologia e conteúdos exclusivos, mais uma vez a  Rede Calderaro de Comunicação (RCC) vai conectar torcedores distantes do município parintinense com os bumbás, por meio da cobertura jornalística feita pelo jornal,  em tempo real pela internet e com transmissão ao vivo para todo País, pela televisão.

Em uma parceria inédita, a TV Cultura de São Paulo vai transmitir, na íntegra,  o sinal da TV A Crítica para  26 Estados e o Distrito Federal, com um público estimado em 132 milhões de pessoas. “Há dois anos fizemos a captação de imagens em 360º e agora vamos abusar dos efeitos especiais para que, quem está em casa, faça uma imersão, como se estivesse no Bumbódromo, possa se sentir aqui. Ainda é uma surpresa, vem novidade aí”, avisa o diretor-presidente do Sistema A Crítica de Rádio e Televisão, Dissica Calderaro.



Para a cobertura, 90 profissionais se dividem entre TV, rádio, portal, o aplicativo A Crítica Play e o caderno especial Parintins 2017, publicado pelo jornal A CRITICA. A transmissão também será feita pelo aplicativo A Crítica Play e pelo portal acritica.com

Pela TV, a disputa entre Garantido e Caprichoso estará sob os olhos das duas galeras e de outras 18 câmeras e dois drones que irão percorrer o Bumbódromo, de onde os jornalistas Ludimila Queiroz e Wilson Lima dividem a apresentação pelo quinto ano consecutivo. “É muita responsabilidade, há toda uma preparação e todo um estudo para que a gente possa passar tudo ao telespectador, especialmente este ano, que é para todo Brasil. Teremos que passar de uma maneira bem simples o que é o festival para quem ainda não conhece”, destaca Wilson. Outro desafio é estar atento ao item apresentador. “O público quer ouvir o que o apresentador diz, então a gente tem que prestar bastante atenção e só complementar, dar uma informação a mais, um diferencial para o telespectador”.

Os repórteres Naiandra Amorim e Clayton Pascarelli mostram o “dois para lá e dois para cá” direto da Arena e David Brazil mostrará os bastidores.“Fizemos o Arena dos Bumbás ao vivo  de Parintins na semana passada e, agora, todos os dias, até o final do festival, teremos links em todos os programas”, destaca Gisele São Thiago, diretora de programação da TV A Crítica.

Nos comentários, experiência no lado azul



Quando o Caprichoso entrar na Arena, os apresentadores Ludimila Queiroz e Wilson Lima terão como reforço os comentários da bióloga Socorro Carvalho, conhecida como Socorrinha.  “Fico muito feliz de poder levar o nosso festival para todo o País e para o mundo todo, por meio da internet. Muita gente de vários estados e outros países me adicionam nas redes sociais porque querem saber do boi”, disse.

Veterena como comentarista, Socorrinha completa 10 anos na transmissão pela TV em 2017. “Todo ano é um grande desafio porque é uma emoção muito grande e a televisão me ensinou a segurar isso um pouco. Estou sempre mega emocionada, mas não posso transparecer. Eu era daquelas que chorava e gritava, agora sou mais contida”, revela.  Socorrinha é integrante do Conselho de Arte há quase 20 anos. “Fui escolhida como comentarista porque queriam alguém que tivesse bastante conhecimento sobre a história e o conteúdo do boi, além da facilidade de comunicação. Me sinto honrada de falar da nossa festa, da nossa cultura, do Caprichoso”.

Compositor encarnado estreia como comentarista


Quando o Garantido entrar na Arena, os apresentadores Ludimila Queiroz e Wilson Lima terão como reforço os comentários do jornalista Mencius Melo. “Recebi esse convite com muita emoção e vou atender com toda a minha vocação de torcedor do Garantido e com o mesmo empenho como se fosse para empurrar uma alegoria ou qualquer outra atividade ligada ao boi”, disse.

Estreante na função, o comentarista foi escolhido pela diretoria do bumbá e tem uma vivência de 30 anos no reduto vermelho e branco. “A minha preparação tem sido durante três décadas, desde que nasci”, brinca. “Eu convivo o ano todo com tudo que se relaciona com o boi, especialmente na área de comunicação. Sempre convivi  na Baixa do São José, sei quem são, os nomes, apelidos e  funções. Conheço o boi de curral e de galpão”, destaca.

Parintinense, Mencius fez parte da primeira formação do Conselho de Arte, em 1995, e é um dos compositores do bumbá. “Com certeza o mais díficil é segurar a emoção porque, pela primeira vez, o comentarista terá que segurar esse coração de torcedor do Garantido”, disse.