História do Futebol Maranhense - Parte 3 - Pindaré News

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quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

História do Futebol Maranhense - Parte 3



Em 
1910 é inaugurada a Escola de Aprendizes Artífices em São Luis, (hoje CEFET-MA instalada na Praça da República, em prédio ocupado pelo Ministério da Agricultura). Escola profissional, tinha como mestres: Almir Augusto Valente, Vicente Ferreira Maia, Hermelina de Souza Martins, Cesário dos Santos Véras, Alberto Estavam dos Reis, Alexandre Gonçalves Véras, Eduardo Souza Marques e Nestor do Espírito Santo. Como não poderia deixar de ser, entre seus alunos havia grande interesse pelas práticas esportivas, e dentre, elas, pelo futebol.

Entre os anos de 1910–1914, o esporte maranhense, em especial o futebol, passa por uma profunda crise – a primeira – com clubes se dissolvendo em São Luis, e seus sócios formando outras agremiações, não apenas para a prática de futebol. O Clube Euterpe é fechado (1910), surgindo em seu lugar o Casino Maranhense (1911).

Graças ao empenho do cônsul inglês, a partir de 1915, houve um que renascimento dos esportes em Maranhão. Os estudantes movimentam-se para reabilitar o futebol em São Luis: "Um esforçado grupo de rapazes, no intuito de elevar o sport entre nós, resolvel adquirir o campo do Fabril, para as pugnas do elevado jogo britânico, 'foot-ball'. Existe grande animação nos preparativos, entre os sportamen, a idéia do Campeonato Maranhense de Foot-ball o qual será disputado em 15 de novembro, contando ao 'team' vencedor, 11 medalhas de ouro" ("O Jornal", 31 de julho de 1915).

O primeiro encontro desses abnegados "sportistas" aconteceu logo em seguida em agosto: "FOOT-BALL - No grond da Fabril, jogaram hontem, um match de trenagem. Alguns moços de nosso escol, que cogitam de fundar dois clubs desse sport, afim de diliciar o público maranhense, com algumas de suas partidas" ("O Estado", 9 de agosto de 1915). Esses estudantes uniram o agradável - reorganizar os "sports" no Maranhão - ao útil, chamando a atenção da sociedade para o movimento que iniciavam. Juntaram-se à Maçonaria, oferecendo-se para realizar uma partida de futebol, em benefício dos flagelados da grande seca de 1914-1915, pois as lojas maçônicas desta capital nomearam comissões com o fim de arrecadar fundos para socorrer os flagelados. Dentre as atividades programadas - seção de cinema, passeios marítimos - haveria um jogo de futebol, a ser realizado no mês seguinte: "Um grupo de moços de nossa melhor sociedade offerecem ao comité Pró-flagelados, uma partida de foot-ball, entregando-lhe a renda verificada. Essa partida terá lugar no grond da Fabril e será opportunamente anunciada" ("O Estado", 13 de agosto de 1915).

Fundação de novos clubes

Em função do movimento em prol dos flagelados dos estados vizinhos - Ceará e Piauí - reuniram-se na Cervejaria Maranhense, localizada na Praça João Lisboa de São Luis, os idealizadores do Campeonato Maranhense de Football, para a organização do grande "match" que pretendiam realizar ("O Jornal", 14 de agosto de 1915). Nessa reunião ficou resolvido que "... na impossibilidade de fundação do Clube, se organizem dois 'team' denominados Franco Alemão - que terá de se bater em benefício dos flagelados da seca. Ficam assim compostos os team. Presidente: Carlos Alberto Moreira; Thesoureiro: Affonso Guillon Nunes; Secretário: Hugo Burnet. - Team Francez - Forwards - Gastão Vieira; Trajano Lebre, Carlos Moreira, Hugo Burnett, Manoel Borges, Antonio Ferreira; Half-backs - Carlos Leite; Antonio Cunha;Backs - Affonso Guillon Nunes; João Torres, dr.;Goal-keeper - Antonio Carvalho Branco; Captain - Carlos Moreira.; Team Allemão - Forwards - Nestor Madureira; Gentil Silva, José Souza; José Cantanhede; Maralteno Travassos; Half-backs - João Guedes; Antonio Paiva; Backs - Julio Gallas; Raul Andrade; Goal-keeper - Albino Faria; Captain - José Souza". ("O Jornal", 14 de agosto de 1915).

No Domingo, dia 15 de agosto, foi realizado um jogo-treino: "Foot Ball - Conforme noticiamos, realizou-se hontem, às 16 horas, o primeiro match de trenagem da série instituída. O público já principia a tomar interesse pelas partidas, tanto que a concorrência foi animadora." ("O Estado", 16 de agosto de 1915). Estavam envolvidos os alunos do Liceu Maranhense, do colégio Marista Maranhense e do Instituto Maranhense (este, inaugurado um ano antes). De São Luis.

Segundo Martins (1989), " ... promoveram sessões, usando as próprias salas de aula, estimulados pelos mestres. Graças a essas reuniões, surgiram os quadros do Brasil F. Club, do S. Luís F. Club, do Maranhão Esporte Club, e do Aliança F. Club. Essas entidades, aos poucos, foram agrupando-se, tornandose clubes. A cada dia, os estudantes melhor se integravam, e para exercitar-se utilizavam o velho 'field' da Fabril, que tinha sido desativado pela FAC. Estávamos com o campo da rua Grande muito mal, mato tomando conta de todas as dependências, inclusive das arquibancadas." (p. 328).

Nesta seqüência de eventos, foi realizado um jogo entre os estudantes dos Maristas contra os do Brasil F. Club. Para poder assistir à partida, os espectadores deveriam se apresentar vestidos decentemente:
"FOOT-BALL - "Amanhã, às 8 horas, vai jogar uma partida no ground da Fabril contra o team dos irmãos Maristas um outro do club 'Brasil'. A entrada será franca a todas as pessoas que se apresentarem decentemente vestidas". ("O Estado", 28 de agosto de 1915).

O movimento estudantil havia ganho as ruas, tudo se fazendo para reanimar o futebol. Gentil Silva tinha retornado do Amazonas - onde havia trabalhado pelo esporte amazonense, ajudando ao Manaós Sporting Club - e integra-se ao movimento estudantil, tendo-o acompanhado nessa jornada um caixeiro viajante conhecido como "Zé Italiano", muito estimado pelos estudantes. Dessa união, foi fundado o "Guarani Esporte Clube", que recebeu esse nome do proprietário do "Bar Guarani", sr. Gasparinho. É que as reuniões eram realizadas neste bar, situado na esquina da rua Grande com a Godofredo Viana, em frente ao cine Éden, conhecidos locais de São Luis. Formaram-se duas onzenas, denominadas "Alemão" e "Francês", formando-se, também, duas torcidas, uma apoiando os "aliados", e a outra, formada pelos "germanófilos". Essa torcida ainda tinha o incentivo dos tripulantes dos navios alemães, abrigados no porto da cidade, devido à Primeira Guerra Mundial.

Neste ano, outra partida de futebol fora disputada no dia 19 de setembro, desta vez entre os times do Brazil Foot-Ball Club 0 X 1 São Luiz Foot-Ball Club, no campo da Fabril, por uma grande quantidade de espectadores, que muito aplaudiram os dois times. ("O Jornal", 20 de setembro de 1915). O Brazil Foot-Ball Club tinha seu campo no Gasômetro - hoje, Mercado Central de São Luis.

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