Primeiro caso de morte foi reportado em 2015, na Rússia
Um dos assuntos que mais tem gerado preocupação no Brasil e
no mundo é o jogo virtual da Baleia Azul. O passatempo, disputado pelas redes
sociais, propõe ao jogador 50 desafios macabros que vão desde a automultilação
até o suicídio.
O game funciona como uma espécie de
"siga o mestre" - quem dita as regras e propõe os desafios é um
mentor, o qual envia aos participantes mensagens com instruções do que fazer e
solicita fotos como prova do cumprimento das tarefas. Os jogadores geralmente
são crianças e adolescentes, que, além de estarem mais suscetíveis a
influências de terceiros, passam mais tempo em redes sociais.
Tudo começa de maneira "leve" - no
início, são delegadas aos jogadores tarefas como assistir a filmes de terror,
ouvir músicas psicodélicas e desenhar uma baleia azul em um papel. Com o passar
dos dias, os adolescentes chegam a ser desafiados a se pendurarem em lugares
altos e se automutilarem, ou até tirarem a própria vida.
Ao que tudo indica, o jogo Baleia Azul teve
início na Rússia, em 2015, quando uma jovem de 15 anos cumpriu a última tarefa
e pulou do alto de um edifício. Dias depois, uma adolescente de 14 anos se
atirou na frente de um trem. Os episódios fizeram as autoridades do país
começarem uma investigação que ligou os incidentes a um grupo que participava
de um desafio com 50 missões.
A preocupação com o jogo aumentou no ano
passado, quando diversas fontes divulgaram, sem confirmação, 130 suicídios
supostamente vinculados a comunidades virtuais identificadas como "grupos
da morte". Diversos países, como a Inglaterra, França e Romênia têm
enviado alertas aos pais depois que adolescentes apareceram com cortes nos
braços e sinais de mutilação.
No Brasil, uma menina de 16 anos morreu no
Mato Grosso após se afogar em uma lagoa na região central de Vila Rica, a cerca
de 1.200 km de Cuiabá. A principal suspeita da polícia é a de que a jovem, que
apresentava cortes nos braços, participava do jogo da Baleia Azul. A polícia
brasileira também investiga a participação de alunos de João Pessoa em grupos
de automutilação e morte, além das denúncias de que os curadores do game
estariam ameaçando os jovens que tentassem desistir dos desafios.
Jogos que apresentam riscos letais viraram
moda entre muitos adolescentes. No ano passado, um garoto de 13 anos morreu após
se enforcar na casa do pai, no litoral sul da capital paulista. Gustavo Detter
participava de um "choking game", em que a pessoa interrompia o fluxo
de ar com as mãos ou objetos para induzir o desmaio.
As autoridades recomendam às famílias a
monitorarem o uso da internet dos filhos, frequentarem suas redes sociais,
observarem comportamentos estranhos e, sobretudo, conversarem e conscientizarem
os adolescentes a respeito das consequências de práticas periogosas. Com os
jovens que apresentam tendência à depressão, a atenção deve ser redobrada, pois
eles costumam ser especialmente atraídos por jogos como o da Baleia Azul.
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